EXERCÍCIO PARA TODOS
Por Pérola Edlis Baldan Pelanda, 389286
Polo Sítio Cercado – Curitiba
Data 17/08/2017
Fonte:
http://www.sac.org.br/instituto/edu_fis.htm
Segundo dados de uma
pesquisa feita pela pelo MEC/ Inep (2008/2009), o Censo Escolar mostra que
existem em torno de 55 mil alunos com deficiência visual no Brasil. Destes
51.311 possuem baixa visão e 4.604 são cegos, para facilitar o ensino destes
alunos, tanto na educação regular como na especial, existe o auxilio da
informática. Para que essa facilidade contemple todas as categorias de
deficiência visual existem
três tipos de softwares que podem ser utilizados: o de leitor de tela, o
ampliador de tela e o digitalizador de tela. Segundo explica José Francisco
Souza, técnico em assuntos educacionais do
Instituto Benjamin Constant (IBC) – referência em educação de deficientes
visuais -, o acesso a esses programas é fundamental para que a pessoa possa
interagir melhor com a sociedade e o mundo que a cerca.
A criação de programas
auxiliadores vem crescendo com a ampla utilização do celular e seus
aplicativos, por serem de fácil acesso, muitas vezes gratuitos e podem ser
usados em qualquer local. Eles podem ser baixados em celulares com plataforma
Android e IOS, ou seja, em qualquer smartphone vendido atualmente. Ainda de
acordo com José Francisco Souza os desenvolvidos pela Apple são os mais
completos e eficientes, como o VoiceOver que lê todos os eventos da tela; já os
desenvolvidos para Android são para quem tem baixa visão, pois não é possui
tanta eficiência.
Aqui no Brasil
o Ministério da Educação, em parceria com todos os Estados, Municípios e
o Distrito Federal, desenvolve o Programa de Implantação de Salas de Recursos
Multifuncionais e o Projeto Livro Acessível, para que alunos com deficiência
visual possam desfrutar das matérias ensinadas com maior facilidade. Com o uso
de equipamentos, materiais didáticos e pedagógicos, e laptops o objetivo deste
programa é apoiar a organização do Atendimento Educacional Especializado (AEE),
assim complementará a educação da rede pública. O material destinados aos
alunos com cegueira que vêem no laptop é disponibilizado com o sistema DosVox e
é usado individualmente, para facilitar as tarefas propostas em sala de aula,
dando mais autonomia ao educando.
Para aumentar esta autonomia, o uso de
aplicativos em celulares é amplamente usado em escolas do ensino regular, como
na Escola Municipal D. Pedro onde na disciplina de Educação Física é um
facilitador para a prática dos exercícios propostos pelo professor. O RunKeeper
é um aplicativo que utiliza a fala e o GPS para facilitar o seu uso.
Na escola o professor Flávio, que
leciona para os alunos do quinto ano do ensino fundamental, começou a utilizar
o aplicativo para benefício próprio, pois este mostra o caminho percorrido, o
exercício a ser feito e a quantidade de calorias gastas, além de ser
interligado com as redes sociais, assim o compartilhamento do que foi feito é
realizado instantaneamente, se o usuário quiser. O professor Flávio sabendo do
aplicativo iniciou o seu uso em aula, após descobrir que haveria um aluno com
deficiência visual em suas aulas. Com nove anos o educando possui apenas 20% da
visão, assim ele necessita de ajuda para praticar qualquer exercício, e com a
utilização do aplicativo ficou mais fácil a sua independência nas aulas.
O Runkeeper descreve o que deve ser
feito pelo aluno, como ele deve se posicionar, o tempo de precisa para
desenvolver um exercício, além de possuir um sistema GPS, que facilita mostrar
onde há obstáculos, que podem ser memorizados pelo aluno. Assim como qualquer
atividade física dentro e fora do ambiente escolar, o aplicativo tende a
facilitar a vida do deficiente como descreve Simon Whearcroft – portador de um
deficiência genética que o deixou sem visão aos 17 anos – que “com a ajuda do
aviso do app,fui memorizando os obstáculos e cheguei a percorrer com sucesso um
trecho de três milhas.”
Na aula de educação física, como o
ambiente é menor, o uso do aplicativo é feito para que a individualidade do
aluno seja respeitada, assim, mesmo ele tendo apenas nove anos, o
desenvolvimento físico é feito de maneira regular e como qualquer outra criança
sem nenhum tipo de deficiência. Além disso, o professor pode recorrer ao
histórico do app para descobrir quais os exercícios que foram feitos e com que
freqüência para poder avaliar o aluno. Mas existem problemas e acertos no uso
do Runkeeper: prós: a interface é simples, então pessoas de qualquer idade
podem usá-lo facilmente; contra: o seu perfil é único em cada aparelho, por
isso o aluno deve ter um celular ou tablet com plataforma IOS – da Apple – para
poder utilizá-lo corretamente.
Assim com o uso de tecnologias qualquer
atividade pode ser feita de maneira mais fácil pelo deficiente visual, o que
antigamente era quase impossível de fazer, como estudar em uma sala com pessoas
sem nenhum tipo de deficiência, hoje é facilitado e também possível, para que não
haja desigualdade no ensino e nenhum tipo de preconceito. Como diz José
Francisco sobre o seu ensino como deficiente, “tenho 60 anos e na época em que
fui alfabetizado, não tínhamos esses recursos. Hoje as coisas estão mais
fáceis. Porém, essa facilidade não pode fazer com que a gente se acomode. É
preciso continuar indo além, testar nossos limites, nos superar.” Mostrando a
toda a sociedade que o deficiente pode ir além do que se espera, só necessita
das ferramentas certas para conseguir.

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