PROFESSORES E ESTUDANTES DO INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS (IFAL)
DESENVOLVEM APLICATIVO PARA CRIANÇAS AUTISTAS
Por Gabrielle Ap. de Souza, Ru:1781516
Por Natália Guerreiro Del Secchi, Ru:1781539
Polo Sítio Cercado – Cidade Curitiba
Data (ex. 31/08/2017)
Fonte: ABC Autismo, google.
Uma em cada 50 crianças do mundo sofrem de autismo, segundo os dados mais recentes do
Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, sendo que, no Brasil cerca de
90% dos casos não receberam o devido diagnóstico da doença. Algo que, sem dúvida, atrapalha
no tratamento, educação e convívio dos autistas no país. Felizmente, há ações envolvendo o
desenvolvimento da tecnologia para auxiliar o processo educacional das crianças autistas,
entre elas está o aplicativo ABC Autismo.
Com quase 40 mil downloads registrados, o aplicativo ABC Autismo com o objetivo de auxiliar
muitas crianças e adolescentes autistas com dificuldade no processo de aprendizagem e oferecer
aos professores ferramentas para auxiliá-los na alfabetização dessas crianças.
Esse aplicativo é baseado na metodologia do programa Tratamento e Educação para Autistas e
Crianças com Déficits relacionados com a Comunicação (Teacch), criado em 1964, na Universidade
da Carolina do Norte (EUA) e foi desenvolvido por alunos e colaboradores do grupo de pesquisa
liderado pela Professora Dra. Mônica Ximenes, da coordenadoria de informática do IFAL –
Campus Maceió, em parceria com a AMA-AL.
A Coordenadora do projeto, Mônica Ximenes falou sobre os quatro níveis de dificuldades do
programa ABC Autismo, igual do programa Teacch: “Os dois primeiros níveis são com habilidades
concretas, mas como a gente não podia transpor essas atividades concretas para um aplicativo, a
gente pegou atividades dos níveis 3 e 4 do Teacch e transformou em quatro níveis de complexidade
no aplicativo.”
Para ganhar a atenção das crianças autistas, o aplicativo interage com níveis divertidos para a
criança, como o vídeo apresentando o ABC Autista mostra, é um verdadeiro jogo. E em seus dois
primeiros níveis a criança começa aprendendo habilidades como discriminação e transposição.
Do terceiro nível ao quarto, o jogo começa a ficar mais complexo, sendo que o último nível está
plenamente de acordo com o quarto nível do Teacch, abordando a questão do letramento, no qual é
ensinado a repartição de sílabas, conhecimento de vogais e formação de palavras.
No Paraná na cidade de Curitiba a escola Municipal Pedro Viriato Parigot de Souza está usando a
quatro anos o aplicativo ABC Autismo no Ensino Infantil e Fundamental para a alfabetização de
seus alunos com a faixa etária de 3 a 14 anos e, desde então, pode-se notar melhoria no desenvolvimento dessas crianças com dificuldades no aprendizado na instituição, declara, a diretora
da escola.
Gabriel, de 3 anos, diagnosticado com autismo em junho de 2014, é um dos usuários ativos do jogo.
A mãe do menino, Gabriella Ferreira da Silva, diz que o ABC Autismo ajudou o filho, por exemplo, a
ter coordenação para encaixar objetos. “Foi uma grande ajuda, tanto que serve para ele
desestressar, além de ser educativo. O aplicativo ajuda muito para prender a atenção dele, ele ficar
parado e concentrado por um período razoável.”
Com grau de comprometimento significativo de autismo, os gêmeos Gustavo e Guilherme, de 12
anos, dominam as fases apresentadas no jogo. Segundo a mãe, Maria Helena de Azeredo, devido à
boa interface da ferramenta, os dois conseguem abrir o game espontaneamente e jogá-lo com
bastante autonomia.
“Para eles, utilizar o aplicativo é prazeroso porque facilita a compreensão e eles acabam
aprendendo coisas de uma forma que, para eles, é mais fácil. O aplicativo desperta o interesse,
facilita o aprendizado, tudo com uma certa autonomia.”
Maria Helena, que também é diretora-técnica da Associação Brasileira de Autismo, disse que o
aplicativo precisaria ter outros níveis de dificuldade. “Para uma aprendizagem mais sólida, eu acho
que teria que ter mais conteúdo nesse mesmo formato do aplicativo. Eu acho que tem chance de
melhorar mais a aprendizagem de português se forem introduzidos mais módulos no jogo, com
graus de dificuldade maiores”, avaliou.
O autismo é uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do
cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento. Esses distúrbios se caracterizam pela
dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos. Embora todas as pessoas
com transtornos do espectro autista partilhem essas dificuldades, o seu estado irá afetá-las com
intensidades diferentes. Assim, essas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias
para todos; ou podem ser mais sutis e tornarem-se mais visíveis ao longo do desenvolvimento.
O autismo não tem cura, além disso, não existe um remédio exclusivo para combater os
sintomas do espectro em sua completude, o que se tem são medicamentos isolados que combatem
sintomas específicos. No mesmo contexto as manifestações das debilidades inerentes ao autismo
prejudicam e muito a aprendizagem destes indivíduos, uma vez que se refletem em características
como: facilidade de distração, dificuldades básicas de organização, de sequenciamento de
atividades, do entendimento de abstrações, dificuldade em interagir com outras pessoas, dentre
outras, que acabam por exigir uma adaptabilidade das ações com o intuito de promover um
aprendizado efetivo.

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