quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Ru:1781516- Gabrielle Aparecida de Souza / Ru:1781539- Natalia Guerreiro Del secchi

PROFESSORES​ ​E​ ​ESTUDANTES​ ​DO​ ​INSTITUTO​ ​FEDERAL​ ​DE​ ​ALAGOAS​ ​(IFAL) DESENVOLVEM​ ​APLICATIVO​ ​PARA​ ​CRIANÇAS​ ​AUTISTAS 

Por Gabrielle Ap. de Souza, Ru:1781516 
Por Natália Guerreiro Del Secchi, Ru:1781539 
Polo Sítio Cercado – Cidade Curitiba 
Data (ex. 31/08/2017)


Fonte: ABC Autismo, google.

Uma em cada 50 crianças​ do mundo sofrem de autismo​, segundo os dados​ mais recentes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, sendo que, no Brasil​ cerca de 90% dos casos não receberam o devido diagnóstico da doença​. Algo que, sem dúvida, atrapalha no tratamento, educação e convívio dos autistas no país. Felizmente, há ações envolvendo o desenvolvimento da tecnologia para auxiliar o processo educacional das crianças autistas​, entre elas está o aplicativo​ ​ABC​ ​Autismo​.

Com quase 40 mil downloads registrados, o aplicativo ABC Autismo com o objetivo de auxiliar muitas crianças e adolescentes autistas com dificuldade no processo de aprendizagem e oferecer aos professores ferramentas para auxiliá-los na alfabetização dessas crianças. 

Esse aplicativo é baseado na metodologia do programa Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits relacionados com a Comunicação (Teacch), criado em 1964, na Universidade da Carolina do Norte (EUA) e foi desenvolvido por alunos e colaboradores do grupo de pesquisa liderado pela Professora Dra. Mônica Ximenes​, da coordenadoria de informática do IFAL – Campus Maceió, em parceria com a AMA-AL. 

A Coordenadora do projeto, Mônica Ximenes falou sobre os quatro níveis de dificuldade​s ​do programa ABC Autismo​, igual do programa Teacch: “Os dois primeiros níveis são com habilidades concretas, mas como a gente não podia transpor essas atividades concretas para um aplicativo​, a gente pegou atividades dos níveis 3 e 4 do Teacch e transformou em quatro níveis de complexidade no aplicativo.” 

Para ganhar a atenção das crianças autistas​, o aplicativo interage com níveis divertidos ​para a criança, como o vídeo apresentando o ABC Autista mostra, é um verdadeiro jogo. E em seus dois primeiros níveis a criança começa aprendendo habilidades como discriminação e transposição. 

Do terceiro nível ao quarto, o jogo começa a ficar mais complexo, sendo que o último nível está plenamente de acordo com o quarto nível do Teacch, abordando a questão do letramento, no qual é ensinado a repartição de sílabas​, conhecimento de vogais​ ​e formação​ ​de​ ​palavras​.  

No Paraná na cidade de Curitiba a escola Municipal Pedro Viriato Parigot de Souza está usando a quatro anos o aplicativo ABC Autismo no Ensino Infantil e Fundamental ​para a alfabetização de seus alunos com a faixa etária de 3 a 14 anos e, desde então, pode-se notar melhoria no ​desenvolvimento dessas crianças com dificuldades no aprendizado na instituição, declara, a diretora da escola.

Gabriel, de 3 anos, diagnosticado com autismo em junho de 2014, é um dos usuários ativos do jogo. A mãe do menino, Gabriella Ferreira da Silva, diz que o ABC Autismo ajudou o filho, por exemplo, a ter coordenação para encaixar objetos. “Foi uma grande ajuda, tanto que serve para ele desestressar, além de ser educativo. O aplicativo ajuda muito para prender a atenção dele, ele ficar parado e concentrado por um período razoável.” 

Com grau de comprometimento significativo de autismo, os gêmeos Gustavo e Guilherme, de 12 anos, dominam as fases apresentadas no jogo. Segundo a mãe, Maria Helena de Azeredo, devido à boa interface da ferramenta, os dois conseguem abrir o game espontaneamente e jogá-lo com bastante autonomia.

“Para eles, utilizar o aplicativo é prazeroso porque facilita a compreensão e eles acabam aprendendo coisas de uma forma que, para eles, é mais fácil. O aplicativo desperta o interesse, facilita o aprendizado, tudo com uma certa autonomia.” 

Maria Helena, que também é diretora-técnica da Associação Brasileira de Autismo​, disse que o aplicativo precisaria ter outros níveis de dificuldade. “Para uma aprendizagem mais sólida, eu acho que teria que ter mais conteúdo nesse mesmo formato do aplicativo. Eu acho que tem chance de melhorar mais a aprendizagem de português se forem introduzidos mais módulos no jogo, com graus de dificuldade maiores”, avaliou. 

O autismo é uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento. Esses distúrbios se caracterizam pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos. Embora todas as pessoas com transtornos do espectro autista partilhem essas dificuldades, o seu estado irá afetá-las com intensidades diferentes. Assim, essas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias para todos; ou podem ser mais sutis e tornarem-se mais visíveis ao longo do desenvolvimento. 

O autismo não tem cura, além disso, não existe um remédio exclusivo para combater os sintomas ​do espectro em sua completude, o que se tem são medicamentos isolados que combatem sintomas específicos. No mesmo contexto as manifestações das debilidades inerentes ao autismo prejudicam e muito a aprendizagem destes indivíduos, uma vez que se refletem em características como: facilidade de distração, dificuldades básicas de organização, de sequenciamento de atividades, do entendimento de abstrações, dificuldade em interagir com outras pessoas, dentre outras, que acabam por exigir uma adaptabilidade das ações com o intuito de promover um aprendizado efetivo.


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