TECNOLOGIA A SERVIÇO DA
INCLUSÃO
Por Silvia Maria da Silva Matyak RU 4923
Sítio Cercado – Curitiba
Data 06/09/2017
Fonte:
Uninter
Uma nova versão da
Suíte Vlibras foi lançada em Brasília na semana passada. Trata-se de um
conjunto de ferramentas digitais que amplia a acessibilidade das pessoas com
deficiência auditiva a conteúdos online. O conjunto de aplicativos está
disponível para download gratuito no Portal do
Software Público Brasileiro (SPB).
O coordenador do projeto Vlibras,
Tiago Maritan, explica que o conjunto de aplicativos faz a tradução de
conteúdos digitais (texto, áudio e vídeo) para Libras, a Linguagem Brasileira
de Sinais, através de um boneco (avatar) 3D. As pessoas com deficiência
auditiva podem selecionar textos e áudios e, com um clique, traduzir estes
conteúdos para Libras.
“Ao contrário do que muita gente
pensa, a maioria das pessoas surdas não são alfabetizadas em português. Além de
ter, muitas vezes, dificuldade de acesso a educação, elas têm também a barreira
do português, que não é a sua língua mãe. A primeira língua é a linguagem de
sinais”, explica Maritan, que é professor da Universidade Federal da Paraíba
(UFPB).
1.Software
O software Vlibras possui uma série de
ferramentas. Uma delas serve para a tradução de conteúdos de sites, áudios e
textos para Libras e pode ser instalada em computadores, navegadores e
celulares.
Outra ferramenta é a chamada
WikiLibras, um sistema para correção e inclusão de novos sinais. Maritan afirma
que ainda hoje há um abismo entre a quantidade de palavras em língua portuguesa
e a quantidade de sinais.
“O português tem 300 mil palavras e libras tem
de 10 a 15 mil sinais definidos. Então, quando alguém sentir falta de algum
sinal na ferramenta, ele pode entrar lá e contribuir gerando novos sinais. Essa
ferramenta é para a comunidade de surdos fazer a inclusão de novos sinais e
corrigir os sinais que ela considera que precisam melhorar”, afirma Tiago.
Os deficientes auditivos podem,
através desta ferramenta, gravar um vídeo com um sinal, que será enviado para
um programador reproduzir no avatar. Depois de reproduzido, o sinal passa pelo
crivo de especialistas antes de ser validado e incluído no programa.
1.1 Início
O projeto, que vem sendo desenvolvido
há seis anos, surgiu quando uma jovem com deficiência auditiva passou no
vestibular de Ciências da Computação na UFPB. A partir do desafio de
comunicação com ela, a ideia do pacote de programas foi sendo desenvolvida.
Atualmente, o projeto é desenvolvido em parceria entre o Ministério do
Planejamento, a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Câmara dos
Deputados.
De acordo com Maritan, a estimativa da
equipe é de que haja mais de 10 mil downloads do aplicativo para celulares e
uma média de mil acessos diários à página do Vlibras na internet.
No evento de lançamento da nova
versão, no Ministério do Planejamento, em Brasília, Maritan explicou a
complexidade que é transformar os sinais realizados por humanos em animação 3D.
Isso porque há inúmeras expressões faciais, corporais e gestuais que precisam
ser reproduzidas em animação, o que exige um longo e exaustivo trabalho de
programação.
“É um desafio realmente grande. A
população surda vai ter que ter paciência porque a ideia é melhorar a inclusão,
mas até que isso fique muito próximo dos intérpretes humanos, ainda há um
caminho razoável para percorrer”, afirma Maritan.
De acordo com as estatísticas do censo
realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
quase 10 milhões de brasileiros têm alguma deficiência auditiva, o que
representa 5% da população do país. Destes, cerca de 2 milhões possuem
deficiência auditiva severa, 1,7 milhões têm grande dificuldade para ouvir e
344,2 mil são surdos.
1.2 Intérprete
O intérprete de Libras Alexis Pier
Aguayo foi ao lançamento do Vlibras e contou que sua trajetória com a linguagem
de sinais começou muito cedo. Quando ele nasceu, seu irmão Falk, que é surdo,
tinha nove anos. “Acabei virando o intérprete dele, das conversas com seus
amigos, com suas namoradas. Cresci nesse contexto e, para mim, sempre foi muito
natural, era apenas uma forma de comunicação com meu irmão”, conta.
Aos 17 anos, Alexis começou a se
profissionalizar com tradutor/intérprete de libras e, desde então, nunca mais
parou. Atualmente, além de ser servidor da Universidade de Brasília, trabalha
como intérprete na Câmara dos Deputados.
No evento, Alexis emocionou a plateia
ao interpretar o poema O Balé das Mãos, de sua autoria. Ele escreveu o texto
ainda durante a adolescência e seu irmão Falk o manteve guardado por muitos
anos.
Na Escola Maria Neide Betiatto Gabardo
ensino Fundamental em Curitiba é utilizado este aplicativo, e já temos
resultados excelentes, no desempenho de alguns alunos especiais utilizam essa
ferramenta.
Temos o aluno João com
deficiência auditiva, depois que conheceu a tecnologia já consegue ter mais
clareza na comunicação e duplicar a nova técnica para seus amiguinhos
especiais,João levou esse conhecimento para a sua família pra facilitar a
comunicação, tendo em vista que a maior dificuldade destes alunos especiais é
não ter conhecimento da técnica no seio da família, retardando o conhecimento e
aprendizado.

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